Criaturas da noite

Acho que se eu ficar balançando a cabeça vou encontrar mais e mais "motivos" para minha alta atividade noturna. Hoje pensei que não são poucos os bichos que se relacionam ou relacionaram comigo e que também são da noite.

Luna e Lolita, que dividem comigo o Palácio Verde das Águas Claras, são os exemplos mais recentes. Duas gatas lindas que me acompanham neste cubículo de maravilhosas vivências e que adoram a lua. Não é raro que elas se peguem brincando, correndo, se debatendo, mordendo uma à outra ou derrubando coisas por esses parcos metros quadrados, muitas vezes às 4h, 5h.

A paixão por felinos é uma coisa recente na minha vida - de uns quatro, cinco anos para cá -, quando o universo conspirou para que animais desta espécie pudessem me mostrar que vinham em missão de paz e que poderiam me provocar sorrisos. Mas Gringo, Cora, Tisa, Fubá, Luna e Lolita têm companhias históricas entre os parceiros da noite.

John Lennon foi um hamster adquirido numa loja do Centervale Shopping em 1997. Meu primeiro animal de estimação foi uma alegria que quase não durou. Apenas quatro dias depois de entrar na minha vida, ele saiu da dele. Aquilo foi estranho, doeu, me deixou triste, o que me fez desistir de bichinhos assim.

Só que uma amiga chamada Susie me trouxe outro. Pronto! Olhei para aquele roedor já com a intenção de brigar sobre a atitude egoísta da amiga, mas bastou meio segundo de contato visual com o ratinho para me apaixonar e colocar o óbvio nome de George Harrison.

Aquele bichinho que passava as madrugadas correndo como um louco dentro da sua rodinha encantada ficou por quase três anos comigo. Foi enterrado ao som de "While My Guitar Gently Weeps".

Outro animal com hábitos noturnos que faz parte da minha história é o lobo, cujo diminutivo meio que se tornou meu apelido em 1987, 1988, quando eu era fã do cantor Lobão - sim, eu curtia o Lobão antes de ele virar o que virou. Depois de velho eu passei a brincar de ser o lobo solitário, fazendo chacota com a minha condição de cara que nunca se casou.

O último animal desta categoria na minha vida, pelo que me lembre, é o morcego. Companheiro meu nas madrugadas Stereo Vale, nos anos 1990, o bicho inspirou o maior herói dos quadrinhos de todos os tempos, meu ídolo Batman.

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