Pegadinha! Quando o relógio da vida gira em outro ritmo
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Era para estar dormindo, mas ficamos até altas horas trabalhando nas músicas |
Parece que existe uma força sobre-humana, um ente com poderes além do que nossa sensibilidade é capaz de desenvolver, algo que gosta de ver até onde a gente chega para depois mostrar que o caminho é para outro lado ou que na verdade a viagem deve ser outra, com outro veículo, com outra vibração, para outra dimensão. E este ser, ou algo que o valha, ainda é brincalhão, sarcástico, irônico, cheio de querer rir da cara da gente.
Pois vejam vocês que caí em mais uma dele neste fim de semana. Eu havia passado mais de dez horas trabalhando em uma música minha, pois precisava deixá-la redonda para fazer uma guia e enviar para um camarada que vai me ajudar a produzir um material. Mas esse período todo com violão e guitarra em punhos, não ao mesmo tempo, claro, foi praticamente perdido.
Pra começar, o equipamento deu algum problema, não consegui registrar a guia com o violão, que tem um som que julgo ser mais adequado para a canção em questão. Pesquisei uns timbres e efeitos para ver se achava algo mais próximo do que eu havia pensado, mas não encontrei. Desisti da busca e optei por gravar com o que eu tinha ali.
Não bastasse o som propriamente dito estar em desacordo com o que eu desenhara na cabeça, nada me fazia acertar a música. Os arranjos não estavam legais, a potência que imaginei para a melodia e o casamento com a harmonia estavam ruins. Eram 23h e tanto quando me entreguei. Achei melhor deixar para outro dia.
Só que a mente da gente continua trabalhando, mesmo sem o instrumento em mãos. Mais do que isso, me incomodava o fato de não ter conseguido dar uma cara legal para a canção, que era uma das mais especiais para mim neste projeto.
Fui dar um jeito na vida, mas aquilo continuava a me tirar do sério. O que eu achava que pudesse acontecer realmente aconteceu. Peguei a guitarra e comecei a brincar. Um solinho aqui, um acorde ali, uma brincadeirinha para acompanhar o Pink Floyd que tocava no celular e até umas tentativas de achar o arranjo ideal para a composição outrora trabalhada.
Deu a hora de dormir (e eu lá tenho hora pra isso???). Um breve papo com meu filho pelo WhatsApp, limpei a caixa de areia das MaLuCats (as gatas Luna e Lolita), guardei a guitarra e estava quase fazendo o mesmo com o violão. E foi aí que aquela força sobre-humana, foliã e repleta de sarcasmo, me provocou, botou na minha cabeça que deveria dar a última tocadinha. "Vai! Toca mais um pouquinho só", parece ter dito. Aquela última passada de mão antes de entregar o instrumento para o repouso. Pronto!!!
Tudo aquilo que eu tentei em vão fazer por longa dezena de horas começou a dar sinais de que queria nascer. E partos não costumam ser tão rápidos, né? Pois bem, realmente a noite rendeu, encontrei os arranjos que eu busquei durante todo o dia, trabalhei neles e só desgrudei do violão há pouco.
Passam das 4h e eu aqui acordado. Ok, estou feliz por ter conseguido um bom resultado, dentro da minha expectativa. a música tem grande chance de ficar legal e tudo mais. Mas precisava ter sido da forma como foi, custando um dia inteiro e uma noite de sono, praticamente?
Enfim, não vou reclamar, pois preciso mesmo dormir. Amanhã (hoje, na verdade), tem mais labuta musical, e tem Palmeiras. Preciso aproveitar o tempo livre, ou pelo menos tentar usar o tempo da melhor forma. Espero que nenhum ente cheio de poderes brinque comigo assim novamente. :)
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