Luka Britto 30 anos: Texto 6 – Os Titões, nasce o Luka Britto
Luka Britto 30 anos
Texto 6 – Os Titões, nasce o Luka Britto
A 8ª Série A tinha cerca de 30 alunos, metade deles meninos. Por mais numerosos que fossem os Titãs, era gente demais para colocar no grupo que a gente estava criando meio que em homenagem ao octeto. Por ideia minha, nasciam os Titões. Alguns dos mais próximos, claro, se tornaram os integrantes. Na minha cabeça, eu tracei um perfil e encaixei os caras.
Para “respeitar” a referência, minha ideia foi combinar os nomes dos colegas de sala com os sobrenomes dos Titãs. Foi assim que nasceram Sandro Antunes (Arnaldo), Zara Mello (Branco), Márcio Fromer (Marcelo), Júlio Bellotto (Tony), Carlos Reis (Nando), Douglas Gavin (Charles), Fabio Miklos (Paulo) e o tal do Luka Britto (Sérgio).
A escolha foi meio aleatória, levando em consideração algum critério como a sonoridade e a proximidade/predileção por um ou outro colega/integrante. Por que eu me denominei Luka Britto? Porque naquela época eu queria tocar teclados e cantar, assim como o titã Sérgio Britto. Detalhe: eu adorei o costuma de raspar os cabelos dos lados, tal qual o Arnaldo Antunes, mas era o Sérgio que tocava teclados, por isso virei Britto.
Em maio de 1989 eu até me matriculei para estudar órgão eletrônico, daqueles tipo Gambitt, na escola de música da Rossi Instrumentos Musicais (onde fiquei por poucos meses), no Shopping Centro de São José. O “Luka” veio pela forma com que as pessoas se acostumaram a me chamar desde 1987, por inspiração da música da Suzanne Vega.
O cacófato “Lu-Kabritto” acabou dando graça e foi mais um motivo para a galera aderir. Eu achei graça também e não me incomodei com o pessoal achando ridículo (quem aqui não tem medo de se achar ridículo? - Será que é Isso que Eu Necessito?) Eu realmente me senti parte daquilo e passei a me dedicar ao “modo titônico” de ser.
Os outros alunos da sala acabaram virando personagens também. O André Yuki virou “Andrezinho”, em referência ao Liminha, produtor dos Titãs (depois passamos a chamá-lo de Zappinha). Alguns dos outros colegas ganharam sobrenomes e apelidos de acordo com a ocupação na identificação do nosso LP de cartolina – tudo baseado na ficha técnica dos discos dos Titãs, claro. A nossa “Anália Panella”, por exemplo, era por causa da Silvia Panella, coordenadora gráfica e responsável pela arte-final em discos dos Titãs.
Ao longo dos meses seguintes, diversas questões, como um desentendimento meu com o Júlio, fizeram a gente mudar alguns integrantes na banda. Foi assim que o Claudinho virou “Cláudio Bellotto” e o Rogério virou o “Fromer” da turma. Chegamos até a fazer “playback” (na verdade era dublagem, mas todos chamavam do jeito errado) na escola. Com isso ganhamos pontos em uma gincana entre salas e demos uma sacudidinha de leve no Ayr Picanço.
Eu escrevi mais algumas dezenas de letras bobas e o André fez mais dois "LPs" dos Titões, isso até a nossa formatura, em dezembro (onde a gente se apresentou fazendo o tal do “playback”). O primeiro de todos, que causou surpresa na galera, especialmente pelo cuidado artístico do Zappa para copiar o selo da WEA, foi o “Oito”. O segundo foi o “Diplomacia” e o último foi o “Peles Vermelhas”, que tinha até fotos 3x4 nossas e casquinhas de pão que derrubei na hora de passar o “papel contact” para plastificar a capa.
No ano seguinte, já longe do Ayr Picanço, ainda fizemos o LP “Ressurreição”, que tinha apenas os Titões remanescentes, ou seja, o grupo de amigos que se manteve junto apesar de a vida escolar seguir em separado. Permanecemos Luka Britto, Fabio Miklos, Júlio Bellotto (sim, nos entendemos novamente depois), Márcio Fromer e Zappinha.
De todos os titões, apenas eu e o Fabio nos tornamos músicos. Tocamos em garagens, quartos, estúdios e ao vivo com diversas bandas, compusemos e gravamos muita coisa. O Júlio chegou a tocar um pouco, mas não seguiu adiante. O Miklos virou Maia e depois Moog, tocou comigo nas bandas Presto, Sfal, Face, Kashmir, De Diatles e Flaming Pie. Até jingles gravamos juntos. Recentemente ele foi essencial para fazer o “Poréns do Pós-Agora”, do Quase Modernos.
Ainda hoje tem gente que me chama de Luka Britto. Mais do que apenas por causa dos Titões, o nome ficou conhecido porque eu comecei a usá-lo profissionalmente na rádio Stereo Vale. Sim, eu acabei aceitando um convite para atender aos telefonemas dos ouvintes e passei a trabalhar na emissora a partir de 2 de junho de 1989, em meio ao “furacão Titões”. Mas isso é outro capítulo da história do Luka Britto.
Texto 6 – Os Titões, nasce o Luka Britto
A 8ª Série A tinha cerca de 30 alunos, metade deles meninos. Por mais numerosos que fossem os Titãs, era gente demais para colocar no grupo que a gente estava criando meio que em homenagem ao octeto. Por ideia minha, nasciam os Titões. Alguns dos mais próximos, claro, se tornaram os integrantes. Na minha cabeça, eu tracei um perfil e encaixei os caras.
Para “respeitar” a referência, minha ideia foi combinar os nomes dos colegas de sala com os sobrenomes dos Titãs. Foi assim que nasceram Sandro Antunes (Arnaldo), Zara Mello (Branco), Márcio Fromer (Marcelo), Júlio Bellotto (Tony), Carlos Reis (Nando), Douglas Gavin (Charles), Fabio Miklos (Paulo) e o tal do Luka Britto (Sérgio).
A escolha foi meio aleatória, levando em consideração algum critério como a sonoridade e a proximidade/predileção por um ou outro colega/integrante. Por que eu me denominei Luka Britto? Porque naquela época eu queria tocar teclados e cantar, assim como o titã Sérgio Britto. Detalhe: eu adorei o costuma de raspar os cabelos dos lados, tal qual o Arnaldo Antunes, mas era o Sérgio que tocava teclados, por isso virei Britto.
Em maio de 1989 eu até me matriculei para estudar órgão eletrônico, daqueles tipo Gambitt, na escola de música da Rossi Instrumentos Musicais (onde fiquei por poucos meses), no Shopping Centro de São José. O “Luka” veio pela forma com que as pessoas se acostumaram a me chamar desde 1987, por inspiração da música da Suzanne Vega.
O cacófato “Lu-Kabritto” acabou dando graça e foi mais um motivo para a galera aderir. Eu achei graça também e não me incomodei com o pessoal achando ridículo (quem aqui não tem medo de se achar ridículo? - Será que é Isso que Eu Necessito?) Eu realmente me senti parte daquilo e passei a me dedicar ao “modo titônico” de ser.
Os outros alunos da sala acabaram virando personagens também. O André Yuki virou “Andrezinho”, em referência ao Liminha, produtor dos Titãs (depois passamos a chamá-lo de Zappinha). Alguns dos outros colegas ganharam sobrenomes e apelidos de acordo com a ocupação na identificação do nosso LP de cartolina – tudo baseado na ficha técnica dos discos dos Titãs, claro. A nossa “Anália Panella”, por exemplo, era por causa da Silvia Panella, coordenadora gráfica e responsável pela arte-final em discos dos Titãs.
Ao longo dos meses seguintes, diversas questões, como um desentendimento meu com o Júlio, fizeram a gente mudar alguns integrantes na banda. Foi assim que o Claudinho virou “Cláudio Bellotto” e o Rogério virou o “Fromer” da turma. Chegamos até a fazer “playback” (na verdade era dublagem, mas todos chamavam do jeito errado) na escola. Com isso ganhamos pontos em uma gincana entre salas e demos uma sacudidinha de leve no Ayr Picanço.
Eu escrevi mais algumas dezenas de letras bobas e o André fez mais dois "LPs" dos Titões, isso até a nossa formatura, em dezembro (onde a gente se apresentou fazendo o tal do “playback”). O primeiro de todos, que causou surpresa na galera, especialmente pelo cuidado artístico do Zappa para copiar o selo da WEA, foi o “Oito”. O segundo foi o “Diplomacia” e o último foi o “Peles Vermelhas”, que tinha até fotos 3x4 nossas e casquinhas de pão que derrubei na hora de passar o “papel contact” para plastificar a capa.
No ano seguinte, já longe do Ayr Picanço, ainda fizemos o LP “Ressurreição”, que tinha apenas os Titões remanescentes, ou seja, o grupo de amigos que se manteve junto apesar de a vida escolar seguir em separado. Permanecemos Luka Britto, Fabio Miklos, Júlio Bellotto (sim, nos entendemos novamente depois), Márcio Fromer e Zappinha.
De todos os titões, apenas eu e o Fabio nos tornamos músicos. Tocamos em garagens, quartos, estúdios e ao vivo com diversas bandas, compusemos e gravamos muita coisa. O Júlio chegou a tocar um pouco, mas não seguiu adiante. O Miklos virou Maia e depois Moog, tocou comigo nas bandas Presto, Sfal, Face, Kashmir, De Diatles e Flaming Pie. Até jingles gravamos juntos. Recentemente ele foi essencial para fazer o “Poréns do Pós-Agora”, do Quase Modernos.
Ainda hoje tem gente que me chama de Luka Britto. Mais do que apenas por causa dos Titões, o nome ficou conhecido porque eu comecei a usá-lo profissionalmente na rádio Stereo Vale. Sim, eu acabei aceitando um convite para atender aos telefonemas dos ouvintes e passei a trabalhar na emissora a partir de 2 de junho de 1989, em meio ao “furacão Titões”. Mas isso é outro capítulo da história do Luka Britto.
História que revela a busca e a conquista de nossos sonhos. Como é gratificante chegar ao presente e concluir que chegamos até mais longe. Parabéns Lucas. Você é muito especial.
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